quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

VILA POUCA DE AGUIAR: Trilhos interpretativos

Trilho interpretativo dos ecossistemas ribeirinhos:

http://www.cm-vpaguiar.pt/dataFiles/files/Trilho%20interpretativo%20dos%20Ecossistemas%20Ribeirinhos%282%29.pdf

CAMINHO DE PÉ POSTO

Sou como este caminho de pé posto.
Por mim passam caravanas e mendigos,
rolam enxurradas.

Nas bermas, nas fundas furnas
das minhas bermas, nidificam
animais daninhos e se multiplicam.

Estou muito diminuído das contínuas
erosões.
Mas, íngreme embora e pedregoso
e ocultado por tufos de ervas intrusas,
sou um caminho e levo a algum lugar.

CABRAL, A. M. Pires. Gaveta do Fundo. Tinta da China. Lisboa. 2013. P: 31.




Trilho breve. Mal marcado em Tourencinho, o que pode afastar o turista moderno. No entanto, o Vale do Corgo merece esta perspectiva, merece ser visto.
A poesia, desta vez está novamente na paisagem.

As pastagens de Zimão

O antigo caminho de ferro da Linha do Corgo, rio que nasce aqui bem perto, foi transformado em via asfaltada para caminheiros e ciclistas... embora camionistas e automobilistas (entre outros "istas") se atrevam a usar a via. 

Em Tourencinho, a subida suave irrita pela falta de marcação adequada, enquanto a paisagem do vale vai engrandecendo. Não que nos perdemos. No entanto é preciso olhar pela manutenção, em especial nestes trilhos interpretativos de ecossistemas, sendo eles muito recentes. A falta de marcação não se justifica!

Os companheiros de caminhada.

Com a serra do Alvão sempre à espreita.

Nas serras quase nuas, algumas bétulas.

E cada vez menos carvalhos...

a amparar o trabalho dos homens de outrora, que agora não se põem pedras em pé.

Caminho florestal a meia encosta.

Com as bétulas quase nuas.

O Vale do Corgo, Vila Pouca de Aguiar e a maldita ponte a estragar a paisagem outrora bucólica.

Muas... a parecer uma "velhinha"



sábado, 7 de dezembro de 2013

CALÇADA DE ALPAJARESIII- Calçada de Santa Ana

POEMA

Na gota de orvalho o sol brilha:
a gota de orvalho seca.
Nos teus olhos, o teu brilho:
e eu tão vivo.

Herberto Helder. Poemas Ameríndios. Assírio e Alvim. Lisboa. 1997. P: 44.











CALÇADA DE ALPAJARESII- Ribeira de Mosteiro

DO SILÊNCIO

O pão do espírito chama pelos olhos,
o pão da terra chama pela boca.
Mas quantas vezes o cego vê o Céu,
quantas vezes o farto engana a boca.

Pois só o silêncio visível aquieta
ao mesmo tempo os olhos e a boca.

Fiama Hasse Pais Brandão. As Fábulas. Quasi. 2002. P: 41.













sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CALÇADA DE ALPAJARES I: a calçada romana

É preciso dedicar estas palavras e estas fotos àqueles que partiram;...  àquele que estava desperto para as cores e os cheiros, os pássaros e as árvores, para o BELO. 
(Em memória de José Maria Alves)


O CANTO DO MELRO
(cultura celta-irlandesa)


Da ponta do bico brilhante e amarelo
Da ave pequena soltou-se um trinado.
De dentro de um ramo de folhas doiradas
O melro lança o seu cantar pelas águas do lago.

Anónimo, Rosa do Mundo- 2001 poemas para o futuro. Assirio e Alvim. Porto 2001. P: 565.