terça-feira, 10 de março de 2015

DRAVE

Este título pode chamar a atenção de um modo inusitado... no entanto, Drave é, de facto, um pequeno paraíso surpresa, no panorama montanhoso deste país semi abandonado.

Quase não adianta falar desta aldeia "enterrada" entre as serranias de uma Beira Litoral interior, afinal tão bela. Não porque o não mereça, mas porque se lhe retira o valor ao tentar igualar o que os nossos sentidos nos oferecem,estremecendo, ao estar e percorrer as sua ruas, sentir a sua luz na pele quando o sol se põe mais cedo do que noutra terra qualquer.

Drave está abandonada..., isto é, já não há almas autóctones; aqueles que montaram pedra sobre pedra e construíram aquilo que se vê; já não há crianças descalças sobre a neve, ou nuas a banhar-se no ribeiro; já não se fazem os campos de centeio ou de batatas; já não há gado a pastar os lameiros...

Drave está, no entanto a ser reconstruída, lentamente, pelos escuteiros portugueses. De onde em onde há casas a voltar a ter alma.

Numa pequena viagem a pé, descobri esta aldeia.Não foi diferente do que acontece a qualquer outra pessoa quando ali chega: fiquei fascinado!

Talvez as minhas imagens consigam mostrar um pouco do que vi e senti naquele local... Apenas talvez, porque o mais importante é conhecer, estar lá, sentir o silêncio e o milagre de um  mundo que parece já nem existir.



O acesso a Drave via Regoufe. Serra majestosa!


Drave ali assim "encaixada"


Quase à entrada da aldeia, quem olha para trás.


A partir daqui, sem palavras...



































Nesta terra a luz chega mais tarde e vai embora mais cedo. A espera da vida fez-se ao rito ancestral do universo, o único ritmo celestial, correcto.



(Recusamo-nos a usar o novo acordo ortográfico- é ainda impossível percebê-lo e achamos que ele é errado!)